QUANDO MENOS É MAIS NO CASAMENTO

QUANDO MENOS É MAIS NO CASAMENTO

Mãe zelosa, profissional competente, filha exemplar, letrada e vaidosa acima da média, e, por último, sempre tentando ser a esposa dedicada. No entanto, tamanho esforço não foi suficiente para salvar seu casamento, assim em meio a tantas preocupações e obrigações aconteceu o que jamais foi cogitado, ou seja, uma traição.

Naquela altura da vida, ela queria saber apenas, se o envolvimento do marido tinha sido apenas uma aventura sexual ou um envolvimento afetivo. Aquela mulher sempre acreditou que quanto mais virtudes pessoais e esforços melhor para o relacionamento.

O esforço em desdobrar-se em várias frentes causou uma fadiga crônica, então a falta de energia, a perda da libido, a preocupação descontrolada, em parte, fizeram ela estar a um passo de um colapso. O golpe derradeiro aconteceu no momento de maior fragilidade, em meio a uma recusa em querer acreditar nas evidências; não lhe restou outra alternativa a não ser encarar a realidade.

A pressa junto com o senso de dever de corresponder a toda expectativa fazia ela não encarar os fatos. Quando teve certeza da traição, claro quis conhecer a identidade da “rival” que, naquele momento, era pessoa que tinha lhe tirado o chão; de repente começou a querer entender e, para isso , era necessário buscar o que ela tinha feito de “errado”

Embora a busca de explicações serviu apenas para confundir ainda mais a cabeça daquela mulher, ou seja, começou a entender menos a traição, quando não encontrava na amante alguma virtude que ela sempre tinha valorizado para sua vida.

De fato, a raiva não permitia fazer uma comparação sensata, entretanto, em todos os quesitos ela sentia que era melhor do que a “rival”, precisou de um tempo de terapia para ela entender que só perdia num ponto. A descoberta de que nem sempre mais é melhor para a relação, por vezes, o incremento de uma agenda repleta de afazeres, as cobranças internas e externas junto com a necessidade de ser “boa” em tudo foi sua pior inimiga, no afã de ser “boa” deixou de ser justa consigo mesma.

Enfim, quando o assunto é relacionamento, às vezes, menos costuma ser mais.

Marcos Bersam

Psicólogo

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